Começaram a funcionar no pátio de pelotas de minério da Vale, na Ponta de Tubarão, em Vitória, três
canhões de névoa que são usados para diminuir a emissão de material particulado (poeira) e impedir que ele
se espalhe pelo ambiente. A tecnologia é inédita no Brasil: os canhões são como turbinas de aviões, que
lançam microbolhas de água sobre as pilhas, formando uma espécie de neblina. A expectativa é que eles
possam reduzir em até 80% a emissão de poeira a partir do pátio de pelotas das usinas de 1 a 4.
Quanto ao pátio onde ficam as pilhas de minério, a mineradora informou que já utiliza um produto a base de
celulose, que tem aspecto esbranquiçado. Quando ele é aspergido, forma uma espécie de capa protetora sobre
as pilhas, que protege o minério da ação do vento, juntamente com as barreiras chamadas wind fence.
Cada canhão projeta névoa em um raio de 150 metros. Essa neblina impede a suspensão de poeira e também
retira da superfície o sedimento que está suspenso. O equipamento utiliza água captada em poços e barreiras
hidráulicas da empresa.
De acordo com o especialista em meio ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, a eficiência do equipamento é
de até 80%, porém, somente após três meses de uso será possível afirmar de quanto será a redução de poeira
nesse pátio.
“Naquele pátio esperamos reduzir entre 50% e 80%. Cada operação tem sua característica. Fizemos a
modelagem matemática e estamos testando na operação industrial. Com um pouco mais de tempo vamos
conseguir medir essa eficiência”, disse.
O pátio de pelotas já possui wind fence, que é uma barreira de vento, e supressor de pó. Mesmo assim, o local
gera cerca de quatro quilos de poeira por hora. Segundo Fracalossi, com esse novo equipamento, a
expectativa é que as pessoas percebam a redução de pó preto nas residências. “Nossas fontes estão sendo
tratadas com essas tecnologias para que a gente possa reduzir ao máximo a nossa influência nessa poeira que
se deposita e causa incômodo para as pessoas”, contou.