Municípios afetados com atividades minerárias serão beneficiados com a CFEM

Pela primeira vez na história da mineração brasileira, 461 municípios afetados pela atividade de exploração minerária foram beneficiados com recursos oriundos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). O montante soma R$ 224,8 milhões e será distribuído em todas as regiões do país. 

Considerado de grande relevância nas questões que envolvem o setor mineral brasileiro, este é mais um passo fruto de um esforço conjunto de diversos atores, com destaque para Agência Nacional de Mineração (ANM) com a supervisão da Secretaria de Geologia e Mineração (SGM).

CFEM

No Brasil, a atividade de mineração é realizada sob o regime de concessão pública realizada pelo Ministério de Minas e Energia e operacionalizado pela, hoje, Agência Nacional de Mineração (ANM), antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Criada pelas Leis nº 7.990/1989 e nº 8.001/1990, a CFEM, equivalente para a mineração brasileira ao conceito de royalty, é o pagamento ao proprietário do recurso mineral pelo seu aproveitamento econômico. A Lei nº 13.540/2017 incluiu os municípios afetados pela atividade de mineração no rol de beneficiários e o Decreto nº 9.407/2018 estabeleceu as regras gerais para a distribuição da Compensação. Além dos municípios afetados, a CFEM também é distribuída aos Estados produtores, Distrito Federal, aos Municípios produtores e aos órgãos da administração direta da União do MME. 

No seminário, serão discutidos o marco legal dos remineralizadores de solos, a situação atual dos registros e a modernização da legislação para esses insumos. Também serão apresentados a definição legal para o uso de pó de rochas no solo, os recursos potenciais da mineração e exemplos práticos sobre o uso dessa matéria-prima.

Será também apresentado e lançado o Zoneamento Agrogeológico do Brasil. Trata-se de um instrumento técnico-científico construído a partir da interação de dados já disponíveis entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGB) e a Embrapa. O CPRM forneceu informações do mapeamento geológico do país, e a Embrapa, por sua vez, agregou informações de solos e culturas agrícolas para fornecer subsídios para a pesquisa, assistência técnica e extensão rural, e também para orientar tomadores de decisões no estabelecimento de políticas públicas para a sustentabilidade dos setores agroindustrial e mineral.

O seminário apresentará os resultados da atuação contínua do Grupo de Trabalho de Remineralizadores, na articulação e interação entre as instituições governamentais, acadêmicas e de pesquisa que tratam dessa temática, a partir de apresentações relevantes sobre o avanço da pesquisa e aplicação do uso de pó de rochas nos solos e na agricultura nacional. O GT foi instituído em 2012 e é coordenado pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, com o intuito de comprovar, por meio de estudos, que é possível aumentar a produtividade do solo com baixo impacto ambiental e redução das emissões de gases de efeito estufa. A expectativa é valorizar e dar maior eficiência aos recursos naturais, com baixa geração de resíduos e equidade social.

Fonte: MME