Mesmo sem ter que fechar as portas, o setor da indústria no Espírito Santo tem sentido sérios impactos da pandemia de coronavírus. Com a queda no consumo e o fechamento de lojas, a maioria das fábricas do Estado tem visto uma queda brusca na receita e, com isso, prevê retomar ao nível de atividade anterior à pandemia pelo menos seis meses após o período de distanciamento social.
É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Findes, com 82 empresários do setor no Estado entre os dias 15 e 16 de abril. A avaliação menos otimista se dá porque a maioria dos entrevistados relatou aumento do endividamento e da inadimplência com clientes, elevando os custos de operação.
A retomada demorará mais de meses para 47,7% dos entrevistados e de três a seis meses para 31,4%. Metade disse ter aumentado o custo médio de operação e 56% afirmou ter tido alguma elevação no endividamento. O resultado disso é que 79% dos pesquisados já disseram ter reduzido a produção.
Segundo o diretor-executivo do Ideies, Marcelo Saintive, todo o setor foi afetado e isso vai se refletir na produção industrial do Estado. “Todo mundo foi afetado nessa crise, mesmo que existam oportunidades para algumas áreas, todo industrial esta preocupado porque é uma crise de proporções inimagináveis”, disse.