O Novo Marco do Gás resultará cerca de 4 milhões de novos empregos ao longo dos próximos anos, afirma presidente da ANFACER

Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (ANFACER), Manfredo Gouvêa Junior, em entrevista para o portal Brasil Cerâmica falou sobre o novo Marco Regulatório do Gás Natural. Na entrevista ele cita que o PL 6407/2013 já foi amplamente discutido ao longo dos últimos anos e tem o apoio de 90% dos agentes da cadeia produtiva do gás, o que demonstra um amplo consenso dos atores que estão direta ou indiretamente ligados ao setor. Confira abaixo os principais trechos desta entrevista.

Em nota a AFANCER fala sobre a importância da livre concorrência no
mercado do Gás Natural, quais são as mudanças principais esperadas
dentro do o Marco Regulatório pelo setor cerâmico?

Agora o mais importante é aprovar o Substitutivo ao PL 6407/2013, o Novo Marco Regulatório do Gás Natural, que se encontra na Câmara dos Deputados. O Novo Marco do Gás aponta perspectivas para a abertura do setor, garantindo maior competição entre ofertantes do GN, o que resultará em R$ 60 bi em investimentos e cerca de 4 milhões de novos empregos aos longo dos próximos anos.

O PL 6407/2013 já foi amplamente discutido ao longo dos últimos anos, tem o apoio de 90% dos agentes da cadeia produtiva do gás, o que demonstra um amplo consenso dos atores que estão direta ou indiretamente ligados ao setor.


A questão da transparência na tarifação do Gás Natural sempre foi muito
cobrada pelo setor cerâmico, principalmente em períodos negociação de
reajustes anuais.  Na avalição da ANFACER, o que impede a prática dessa transparência do setor de Gás Natural, que tem sido comum já, como no setor de energia elétrica ?

Acredito que a falta de transparência se dá por conta de haver vários fatores que interferem no preço final do Gás Natural. Todas as taxas do Brasil são superiores a outros países. Segundo estudos da FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) se compararmos o Brasil com os EUA, por exemplo, podemos ver isso claramente. Precisamos aumentar a oferta de gás (novos leilões, pré-sal, GNL), através de mais agentes da cadeia do GN, isso poderá diminuir o preço da molécula no Brasil, mas isso é apenas parte da solução. A importância dos demais componentes não pode ser esquecida.

São componentes da tarifa: transporte, margem de distribuição e tributos. É preciso rever as tarifas de toda a cadeia que envolve o setor, para assim conseguirmos um preço mais competitivo e ser mais transparente em relação a isso.


O Marco Regulatório, a que tudo indica, está maduro para votação, mas a
democracia sempre é uma construção constante. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ) desobstruiu a matéria colocando um novo relator
que é o deputado Laércio Oliveira (PP-SE). Como AFANCER está
acompanhando e participando desse processo?

Estamos em contato com os empresários do setor e também com os deputados constantemente. Realizamos reuniões onde pudemos explicar aos parlamentares a importância do Novo Marco Regulatório do Gás e também a importância para a economia do país. Acompanhamos tudo muito de perto em prol de atender as necessidades da indústria cerâmica.


O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou recentemente que o
banco tem diálogos avançados com Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul
para viabilizar a privatização de distribuidoras estaduais de gás. O
maior Polo Cerâmico das Américas, fica no Estado de São Paulo, em Santa
Gertrudes, como ANFANCER avalia que o Estado de São Paulo vai se
comportar com essa possível abertura do mercado?

Acreditamos no diálogo entre toda a cadeia produtiva e todos os distribuidores de Gás Natural.  Continuaremos em constante trabalho para que possamos melhorar a distribuição do Gás e também o custo desta energia, para que possamos ter resultados positivos em toda a cadeia.