Os preços do gás natural na Europa dispararam ontem, um dia depois de a Rússia divulgar um conjunto de sanções contra empresas de energia atuantes no continente que pode pôr o fornecimento ainda mais em risco.
Entre as empresas que sofreram sanções de Moscou estão ex-subsidiárias da gigante estatal russa de gás Gazprom na União Europeia e o proprietário polonês de um importante trecho de gasoduto. As restrições podem reduzir a flexibilidade da Europa para importar gás russo por meio de rotas que não passem pela Ucrânia, embora analistas afirmem que ainda não se sabe qual será o impacto total sobre o fornecimento de gás.Os contratos futuros do gás holandês, que são a referência no noroeste da Europa, saltaram 18% ontem, enquanto os preços do gás no Reino Unido subiram 34% e os da energia na Alemanha, 15%. Embora os preços do gás estejam abaixo dos níveis máximos de março, eles ainda estão mais de quatro vezes mais altos do que no ano passado, o que aumenta as pressões inflacionárias que têm empurrado os bancos centrais a apertar sua política monetária. Outro fator que eleva ainda mais os preços é que a quantidade de gás russo que vai para a Europa através da Ucrânia deve cair em quase um terço. Pouco mais de 53 milhões de metros cúbicos de gás estavam agendados para fazer essa rota ontem, uma queda com relação aos 73,4 milhões da quarta-feira. Não foi possível determinar o que causou a queda nas exportações via Ucrânia. Para analistas, é provável que isso não esteja relacionado com as sanções de Moscou, e sim com uma demanda menor de gás russo pelos grandes clientes da Gazprom na Europa Ocidental e Meridional.