Preço do gás para Petrobras foi fechado por “governo golpista”, diz ministro boliviano

O ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina Ortiz, afirmou nesta semana que o país tem o “dever de renegociar” as condições do contrato de fornecimento de gás da YPFB com a Petrobras para suprimento do mercado brasileiro.

Referindo-se ao governo de Jeanine Añez, que assumiu o país em 2020, após a derrubada de Evo Morales, Molina disse que a última revisão contratual entre a Bolívia e o Brasil — o chamado oitavo aditivo — foi negociada em um “governo golpista” e “prejudica a Bolívia”. O ministro alega que foram acordados preços muito baixos para o gás boliviano, na ocasião.Com a volta ao poder do partido de Evo, após a vitória de Luis Arce, Añez foi presa e acusada de terrorismo e conspiração. A renúncia do ex-presidente boliviano foi marcada por intensos conflitos entre críticos e apoiadores de Morales.

Segundo comunicado oficial do ministério boliviano, o presidente da YPF, Armin Dorgathen, tenta negociar com a Petrobras melhores condições para o suprimento de gás natural.“A resposta [no Brasil] não foi a esperada, e dada esta situação, nos concentramos no contrato, onde uma de suas cláusulas declara que se uma das partes não estiver satisfeita com o preço, essa parte pode buscar a renegociação”, disse o ministro Ortiz.O governo da Bolívia estima que manter a destinação do gás ao Brasil nos preços fechados com a Petrobras, implica em perdas de US$ 70 milhões, porque hoje o mercado está disposto a pagar mais caro pelo energético.